O belo Parque Metropolitano do Abaeté, em Itapuã, cheio de histórias e misticismo, sofre com o abandono por parte dos poderes públicos.
Os constantes assaltos prejudicam o turismo e consequentemente os estabelecimentos do local "aqui vinha muitos carros de passeio e agora não vem mais", se queixa Maria Souza, dona de um dos quiosques que ainda funcionam.
Devido à violência, quase todos os quiosques que serviam de lazer para os frequentadores do parque estão fechados. Nesse ambiente, a mais famosa lagoa de águas escuras da cidade: Lagoa do Abaeté ou "lagoa tenebrosa", que é muito utilizada por praticantes do candomblé em cultos religiosos.
Historicamente, os moradores a usavam para pescar e lavar roupas, hoje, com o incentivo à preservação do meio ambiente, os moradores "sobrevivem" do comércio.
Toda a bagagem cultural do Abaeté é ofuscada pela violência, abandono e venda de drogas ilícitas "Tem oito dias que houve um tiroteio em que dois policiais à paisana trocaram tiros com bandidos. No dia seguinte quando cheguei aqui o quiosque estava arrombado. Não achei nada, levaram tudo", conta Maria Souza.
No local, as várias pedras portuguesas do calçamento soltas completam o cenário de degradação. "a coisa aqui tá séria, hoje eu estava vindo para o quiosque e dois viciados queriam roubar o saco com carne que estava em minha mão. Enfrentei eles e saí. Não dei espaço para eles me roubarem" conta a dona do quiosque.
Muitos bandidos aproveitam para assaltar os visitantes enquanto eles veem a famosa "Lagoa do Abaeté" ou tentam conhecer melhor as dunas do local "quem vai para as dunas geralmente é assaltado, só vejo o povo correndo dizendo que foi roubado", diz Maria.
Segundo Tainá Souza, filha de dona Maria do quiosque até o pessoal da limpeza foi amedrontado e eles não podem mais subir para o lado do final de linha.
Os finais de semana são bem movimentados no Abaeté, tradicional em música ao vivo e nos passeios em família, mas ainda sim, quem vai, tem que ficar sempre alerta "sábado e domingo são os dias mais movimentados, que têm mais gente e são os dias que têm mais assaltos", alerta Vítor Souza, filho de Maria Souza.
Para Davi Feitosa, diretor ambiental do Juventude Itapuãzeira a solução para esses problemas no Abaeté está na integração da comunidade nos trabalhos de desenvolvimento sustentável "a solução está em manter os jovens cientes de sua cultura e riqueza e mostrar que seu meio ambiente precisa estar saudável para um crescimento sustentável para todos", afirma.
Segundo Davi, elaborar maneiras de influenciar a comunidade em conhecer suas riquezas deve ser prioridade.
Um lugar com área de proteção ambiental e com tantos atrativos é imperativo uma atitude para que a riqueza cultural e histórica do local não se perca.
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